Relembro o meu sonho antigo de emigrar para um país do centro da Europa, e a partir de lá, ganhar dinheiro para viajar para outros países. Tudo de forma periódica, um plano perfeito para conhecer a Europa em 3 ou 4 anos. Aqui em Portugal, com o ordenado miserável que me pagam para fazer o que faço, demorarei provavelmente décadas para o cumprir, se é que alguma vez conseguirei cumpri-lo. Noutro país, trabalhando as mesmas horas que trabalho aqui, pagariam-me até cinco vezes mais do que aquilo que ganho actualmente. Para além da experiência de viver noutro país, com pessoas diferentes, de gostos e ideias diferentes. Aprenderia uma outra lingua, conheceria novos sabores, novos hábitos, outros ideais... mas afinal, o que é que me prende a esta cadeira? Será o amor, a família, os amigos, a casa nova, o emprego precário, o medo de partir e deixar para trás o pouco que ainda construí. A minha vida. Razão suficiente para me manter aqui sentado junto à janela da minha casa, a ver os aviões chegarem, com a esperança de um dia, ter coragem para me levantar e sair sem dia para voltar. Talvez um dia, talvez noutra vida.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Enquanto amanhece, mantenho-me sentado junto à janela, observando os aviões aproximarem-se do seu destino. Desconheço de onde vêm, sitios longinquos é certo, mas que se tornaram perto através daqueles monstros de asas que a cada três minutos passam exactamente por cima da minha cabeça. Impressiona a sucessão de aviões que aterram em Lisboa a esta hora. A grande cidade entreterá os milhares de passageiros que estes transportam. Penso na excitação que muitos deles trazem consigo ao chegar a uma nova cidade. Aquela excitação que sentimos quando viajamos para um sitio desconhecido... saudades dessa sensação!
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