quinta-feira, 31 de julho de 2008

Utopia.

O tempo passa e eu vivo numa absurda ilusão, a fazer projectos que nunca irei realizar, a traçar objectivos, a viver em sonhos que nunca deixarão de o ser. O eterno problema de quem quer viver tudo menos a sua verdadeira vida.
Ingenuamente, acho que não é mais do que o desejo de experimentar, de ter, de fazer, de conhecer... o normal de qualquer jovem que tenta acompanhar o mundo. Mas na verdade, é um estado doentio que não te deixa atingir aquilo que entendes por felicidade, aquela felicidade que imaginas como é. Não é que não sejas feliz, mas serias mesmo feliz se... e é esta a merda de mentalidade que tantas vezes me deprime.
E por mais que tente mudar, sinto que não consigo fugir deste caminho. Por isso continuo mesquinhamente a sonhar e a imaginar. Tem que ser... preciso disso para viver na vida real.

A tenda

Sentes os pulmões a queimar enquanto dás uma passa com toda a convicção de quem sabe o que quer. Depois o fumo sai da tua boca e apodera-se de todo o espaço livre dentro da tenda.
Encostas a cabeça à almofada e vem aquela sensação...
Insistes, e insistes de novo. Até te sentires desprovido de alma, sem capacidade para pensar, mexer ou sequer dizer. Não és nada mais do que um coração a bater e uns pulmões a doer.
E depois voltas lentamente à terra, inteiras-te da tua existência e sentes aquele prazer...
Sim, eu sei! Não o vou tentar descrever.